23 dezembro 2009

Antes de começar...


Livro: Anaconda
Autor: Horacio Quiroga
Editora: Cavalo de Ferro
Ano: 2005

"Cada conto de Anaconda é um labirinto alucinante no qual o homem se debate contra a morte e onde o próprio leitor fica prisioneiro do pavor, da surpresa e do humor. Na mesma linha de Poe e de Maupassant, estes contos envolvem-nos num universo obsessivo onde o perigo da selva tropical, repleta de répteis e de animais estranhos, as febres e o calor asfixiante, se unem aos delírios das sombras e dos pesadelos."

22 dezembro 2009

A ARTE DE AMAR, Elizabeth Edmondson


Romance, Edições Asa
Estava à espera de um romance como tantos outros, mas fiquei muito surpreendida. Pela positiva. Primeiro, achei que se a história se passasse nos dias de hoje. Nada na sinopse revelava que não fosse (ok, devia ter prestado mais atenção à imagem, mas às vezes uma coisa não tem nada a ver com outra). Digamos que ninguém diz propriamente, "a acção passa-se nos anos 1920", mas só dei por ela quando de repente a senhora começa a andar de eléctrico em Aldwych... Afinal a guerra de que falavam não era a do Iraque, mas a I Guerra Mundial. Bem, depois, adorei o nome da personagem: Polyhymnia (é o nome de uma musa). A jovem que cresce a pensar que se chamava Pauline (Polly, como diminutivo), apenas para descobrir que foi abandonada pela mãe à porta da tia e que o homem que pensou ser o seu pai não é. Tudo vai mudar por causa de um nome. De repente, o noivo médico e a sua família deixam de parecer assim tão interessantes. E a sua pintura vai ganhar um novo fôlego, com uma inesperada visita ao Sul de França. Em torno de Polly, há todo um universo de personagens, bem construidas e interligadas. Não podemos dizer que a história surpreenda. Mas apesar de sabermos o que vai acontecer, temos curiosidade em saber como vai acontecer. E não somos defraudadas. Fiquei com curiosidade em ler o primeiro livro da autora: Uma Villa em Itália.

17 dezembro 2009

Citação do dia 2


"Os homens são Maio quando cortejam e Dezembro quando se casam. Quem disse isto? Shakespeare, provavelmente; no capítulo do amor, Shakespeare dissera tudo."
in A ARTE DE AMAR, Elizabeth Edmondson

16 dezembro 2009

Citação do dia


"Depois sentou-se ao espelho e olhou para o seu reflexo. Mulher misteriosa, disse em voz alta. Além do mais, um mistério para mim mesma. Quando uma pessoa não se conhece a si própria, como pode sequer compreender os outros?"
in A ARTE DE AMAR, Elizabeth Edmondson

14 dezembro 2009

ATÉ QUE ELE NOS SEPARE, Emily Giffin


Romance, Editorial Presença
Quem não gosta de livros "e viveram felizes para sempre" que atire a primeira pedra... mas este fica um bocadinho àquem das expectativas. Rachel é a melhor amiga de Darcy, contudo acaba por se envolver com o noivo dela, Dexter. Esta é a história de um Verão dividido entre Nova Iorque e os Hamptons, em que uma amizade de quase 20 anos vai ser posta à prova. Será mais forte que o amor? Não neste livro. Além de que a amizade não era perfeita. Não conseguimos verdadeiramente sentir-nos divididas entre ambas (todo livro é na primeira pessoa, a visão de Rachel) ou sentir pena da "traída" Darcy - que nome mal escolhido para uma amiga que só pensa nela e tem sempre de ser o centro das atenções (sim, é verdade, sou fã incondicional de Orgulho e Preconceito).
Que melhor prova de que o livro fica aquém das expectativas do que dizer que não houve sequer uma lagrimazinha: nem quando parecia que as coisas iam correr mal, nem no final. Mas a verdade é que Emily Giffin teve sucesso com o seu Something borrowed (no original), tendo já lançado a continuação da história de Darcy em Something blue, que de certeza chegará também a Portugal. Os direitos de ambos os livros também já foram comprados para uma adaptação cinematográfica.

13 dezembro 2009

A MELODIA DO ADEUS, Nicholas Sparks


Romance, Editorial Presença
O último livro de Nicolas Sparks foi pensado tendo já em vista a adaptação cinematográfica (o filme estreará já em 2010 e o argumento foi escrito pelo próprio autor) e a actriz que iria desempenhar o papel principal. Foi a própria Miley Cyrus, que todos os adolescentes conhecem também como Hannah Montana, a responsável pelo nome da personagem principal, Ronnie. O livro é um regresso aos amores da adolescência, mantendo todas as outras características de um romance de Sparks: passa-se na Carolina do Norte e aborda o tema da morte, sem esquecer a fé. Ronnie é uma jovem de 17 anos nova-iorquina que é obrigada a passar o Verão com o pai, com quem tinha praticamente cortado relações desde o divórcio. Na pequena localidade de Wrightsville Beach vai deixar de lado a rebeldia, à medida que se apaixona por Will e se aproxima do pai, através da música. Um livro que não desagradará aos fãs do autor de As Palavras que Nunca te Direi (snif) e O Diário da Nossa Paixão (snif, snif, snif).

12 dezembro 2009

REVOLUTIONARY ROAD, Richard Yates


Romance, Civilização
April e Frank são um casal de classe média que vive numa casa de classe média, num bairro de classe média e tem uma vida de classe média. O problema é que odeiam a classe média. Existe o cliché de como deve ser uma família na América da década de 1950 e eles sempre pensaram que nunca iriam fazer parte dele, que seriam superiores a tudo. Teriam um trabalho interessante e amigos interessantes, capazes de manter uma conversa inteligente que não ande à volta dos filhos e seriam felizes. Mas não são. E quando chega o momento de ruptura, de voltarem a pegar nas rédeas das suas vidas, os problemas começam verdadeiramente. Porque, afinal, talvez a mudança seja pior. Mas nessa altura, já é tarde de mais.
O primeiro livro de Richard Yates foi escrito em 1961 e adaptado ao cinema em 2008 (eu não vi o filme). Foi muito aplaudido pela crítica, tendo sido considerado em 2005 um dos melhores romances em língua inglesa pela revista Time (sim, estou a citar a wikipedia). É um livro intenso, que nos obriga a pensar e a reflectir na nossa própria vida, naquilo que os outros esperam de nós e mais importante do que nós esperamos de nós.

11 dezembro 2009

A BIBLIOTECA DA MORTE, Glenn Cooper


Thriller, Planeta
E se na sua caixa de correio encontrasse um postal com um caixão desenhado e uma data... a da sua morte? Will Piper, um agente do FBI, que antigamente era o maior especialista em serial killers mas caiu em desgraça pela sua tendência de se envolver com as colegas, está a menos de dois anos de ir para a reforma e não pega num grande caso há muito tempo. Mas as misteriosas mortes - todas de forma diferente - precedidas por um postal vão parar à sua secretária. E começa a corrida para descobrir o assassino. Mas será possível encontrá-lo...
Um livro que surpreendeu pela positiva. Uma ideia genial, muito bem desenvolvida através de flashbacks para três épocas diferentes. O facto de a acção estar sempre a avançar e recuar é um bónus e mantém-nos pegados ao livro, mas às vezes torna-se complicado saber a quantas andamos, especialmente quando estamos no presente. Ainda assim, uma boa estreia para Glenn Cooper (um médico que virou argumentista e agora escreve romances), que tem já preparada a continuação da história de Will Piper. Não sei se será boa ideia, pelo que li aqui, mas (quase) nunca digo nunca a um livro.

10 dezembro 2009

AMOR & GULOSEIMAS, Kate Jacobs


Romance, Porto Editora
Uma mulher de 50 anos, viúva há mais de 20, alcançou o sucesso com os seus programas de culinária na televisão. Mas a idade pesa e o aparecimento de uma ameaça muito mais jovem, a crise (diz que chega a todos) e a "descoberta" de que as filhas já são adultas vai abalar profundamente a sua vida. Nada que não se resolva, claro, estamos a falar de um romance. Um livro que se lê sem problemas, da primeira à última página. Descontraído como convém.
Mas, senhores editores... eu que não tenho problemas em dizer a todo o mundo que estou a ler o livro mais anti-literatura de sempre - daqueles que fazem levantar as sobrancelhas das outras pessoas - até eu senti vergonha em tirar este livro da mala para o ler nos transportes. Não era preciso tanto cor-de-rosa... Basta olhar para a capa da versão original ("Comfort food", nem vou falar do título) para ver que é um exagero. Bem, o facto de ter de o forrar como fazia aos livros da escola não é boa publicidade.

09 dezembro 2009

CRIME, Irvine Welsh


Policial, Quetzal
Ray Lennox é um polícia escocês traumatizado com o seu último caso: o de uma menina de sete anos morta por um pedófilo ao fim de três dias de sequestro. O “papa-anjinhos” está atrás das grades, mas Ray continua abalado pela certeza de que poderia ter feito algo mais para impedir a morte da menina. Obrigado a tirar baixa, viaja para Miami com a noiva, que está envolvida nos planos do casamento e espera que umas férias ao sol possam fazer a diferença. Mas a situação só piora quando o polícia recai no seu vício pela cocaína e dá por si no meio de uma rede de pedofilia com outra menor para salvar. O escocês Irvine Welsh, que desde a adaptação do seu primeiro livro Trainspotting ao cinema se dedica apenas à escrita, consegue transportar para a solarenga Florida o clima cinzento e opressivo de Edimburgo. E mostra-nos de forma brutal os meandros da pedofilia.