06 janeiro 2010

ANACONDA, Horacio Quiroga


Contos, Cavalo de Ferro
Em primeiro lugar dizer que não estou habituada a ler contos, sinto sempre que as histórias poderiam dar um livro completo. Dito isto, as que melhor funcionam neste formato, na minha opinião, são as que incluem algum humor. O uruguaio Horacio Quiroga consegue faze-lo muito bem em alguns dos contos de Anaconda, mas não especialmente no que dá nome ao livro. Foi mesmo uma das piores histórias. De resto, o escritor do início do século XX, com uma vida nada fácil (matou acidentalmente um amigo, teve casamentos turbulentos e dificuldades económicas, acabando mesmo por se suicidar com cianeto) consegue explorar as dificuldades das regiões remotas da América do Sul. Um dos contos de que mais gostei foi “O Simum”, no qual descreve o desespero de passar dias e dias no meio da selva, sempre a chover e sem nada para fazer. Se acham que é mau, ele depois conta o contrário, dias e dias no meio do deserto, com constantes tempestades de areia, em que um legume fresco seca em minutos nas nossas mãos. Não sei o que será pior...

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