30 julho 2010

Antes de começar... (34)


Livro:
Olive Kitteridge
Autor: Elizabeth Strout
Editora: Casa das Letras
Ano: Abril de 2010

"A cidade costeira de Crosby, no Maine, um local aparentemente igual a tantos outros, parece conter em si o mundo inteiro, com as vidas dos seus habitantes a transbordarem de grandes dramas humanos: desejo, desespero, ciúme, esperança e amor. Umas vezes implacável, outras vezes paciente, perspicaz ou em negação, Olive Kitteridge, uma professora reformada, lamenta as mudanças da sua pequena cidade e do mundo em geral, mas nem sempre se apercebe das mudanças ocorridas naqueles que a rodeiam: numa pianista de bar assombrada por um antigo romance passado; num antigo aluno que perdeu a vontade de viver; no seu próprio filho adulto, que se sente tiranizado pelo seu temperamento irracional; e no seu marido, Henry, que vê na sua fidelidade ao casamento tanto uma bênção como uma maldição. À medida que os habitantes da cidade vão lidando com os seus problemas, de forma calma ou furiosa, Olive é levada a uma profunda compreensão de si mesma e da sua vida ― por vezes de maneira dolorosa, mas sempre cruamente honesta. Olive Kitteridge oferece-nos uma perspectiva profunda da condição humana, com os seus conflitos, as suas tragédias e alegrias, e a resistência por ela exigida."

NÃO HÁ BELA SEM SENÃO, Rebecca James


Ficção, Editora Objectiva
Este é um daqueles livros em que já sabemos o fim logo desde o início, só temos de descobrir como é que os acontecimentos se precipitam nessa direcção. A história passa-se em três momentos distintos: o presente, onde temos Katherine como mãe solteira; o passado recente que é quando conheceu Alice; e um passado mais antigo, quando a sua irmã morreu. Rebecca James vai-nos revelando a pouco e pouco o que se está a passar nestes três momentos, interlaçando-os e obrigando-nos a ler mais só para podermos concluir a história que tínhamos iniciado. Um livro que se lê de forma muito fácil, ligeira, apesar da força das emoções que abarca.

26 julho 2010

Antes de começar... (33)


Livro:
Não há bela sem senão
Autor: Rebecca James
Editora: Editora Objectiva
Ano: Junho de 2010

"Um segredo devastador, uma vida destruída, uma amiga que promete mudar tudo. E se ela não for quem aparenta ser?
Será possível amar demasiado? Será possível amar alguém a ponto de se desejar a sua morte?
Depois da trágica morte da irmã, Katherine muda de cidade e inscreve-se numa nova escola, onde só quer passar despercebida. Mas isso revela-se impossível quando encontra aquilo que menos esperava: uma amiga.
Alice Parrie é a rapariga mais popular da escola. Extrovertida, linda, sedutora e imprevisível, ela é tudo o que Katherine não é. O entusiasmo de Alice é contagiante e o seu magnetismo é irresistível. Alice e Katherine tornam-se grandes amigas, tão próximas como duas irmãs.
Mas por trás da fachada de menina perfeita Alice esconde segredos inimagináveis e Katherine não tardará a descobrir o segredo mais negro de todos. Não só Katherine não consegue fugir ao passado, como acaba por entrar num jogo sinistro e infinitamente mais sedutor.
Um mistério a que é impossível ficar indiferente. Este livro é um fenómeno editorial à escala mundial, que de um dia para o outro catapultou a autora para a ribalta. Publicado em mais de trinta países, é um dos grandes acontecimentos literários de 2010."

FIO DA MEMÓRIA, Nancy Huston


Romance, Civilização Editora
Esta foi uma bela surpresa. Adorei este livro, apesar da capa horrorosa. Mas parece que não posso culpar a editora, porque uma breve pesquisa na Internet revela que esta é a capa original (e se calhar havia alguma espécie de obrigatoriedade...). Não percebo a relevância com a história, mas pronto. O livro fala-nos de uma família, ao longo de quatro gerações. O twist? A história é contada sempre do ponto de vista de uma criança de seis anos e começamos no presente, recuando ao longo de quatro gerações. O que podemos dizer é que estas crianças não são tão inocentes como pensamos e sabem sempre mais do que aparentam. Nancy Huston consegue manter-nos interessados nesta família, cujo passado passa pela Alemanha, Israel e EUA, e de vez em quando um pormenor leva-nos a pensar "ah" e percebemos um pouco mais do que lemos antes (o futuro, portanto...). E no final dá vontade de ler tudo novamente, só para ter a certeza que não perdemos nada.

20 julho 2010

Antes de começar... (32)


Livro:
Fio da Memória
Autor: Nancy Huston
Editora: Civilização Editora
Ano: Agosto de 2007

"Através da voz de quatro gerações da mesma família, Nancy Huston apresenta a visão de uma época (do Terceiro Reich ao 11 de Setembro) vista pelos olhos «inocentes» da infância. Neste romance soberbo e doloroso, a autora celebra, com virtuosismo, a memória, a fidelidade, a resistência e a música como alternativas à mentira, mostrando-nos que a infância não é o paraíso perdido em que nos querem fazer acreditar."

19 julho 2010

O OLHO DE JADE, Diane Wei Lian


Policial, Bizâncio
Uma coisa é certa, fiquei com imensa vontade de comer comida chinesa ao ler este livro. Cada vez que eles comiam, lá estava eu com água na boca, apesar de só reconhecer pratos como o pato à pequim ou os amendoins... Em relação à história, soube-me a pouco. Acho que faltou desenvolver mais as personagens, as relações entre elas e também explicar mais o ambiente que se vive na China (tão diferente do que estamos habituados). Mais umas quantas páginas não fariam mal a esta história. No final, acabei por ficar desiludida. É verdade que descobrimos o olho de jade e a relação que este acaba por ter com Mei, a detective privada que é a personagem principal, mas pouco mais que isso.

18 julho 2010

Antes de começar... (31)


Livro:
O Olho de Jade
Autor: Diane Wei Liang
Editora: Bizâncio
Colecção: Montanha Mágica, n.º 42
Ano: Julho de 2008

"Mei é uma chinesa moderna e independente; tem a sua empresa em Pequim, trabalhando como detective privada. Tem automóvel, e mesmo o «luxo» mais moderno: um secretário. Um dia, o «tio» Chen, um amigo chegado da mãe, dá-lhe um caso para investigar. Pede-lhe que encontre uma peça de jade da dinastia Han, de grande valor, desviada de um museu durante os anos da Revolução Cultural quando os Guardas Vermelhos infestavam as ruas e destruíam muitos vestígios do passado. A investigação força-a a mergulhar na parte sombria e brutal da história da China — os campos de trabalho de Mao e as inúmeras mortes pelas quais jamais alguém foi responsabilizado — expondo as escolhas dolorosas feitas durante a Revolução: matar ou ser morto, amar ou viver.
O Olho de Jade permite-nos vislumbrar também a fascinante vida citadina na China moderna. Diane Wei Liang retrata com grande vivacidade a azáfama de Pequim, desde os antros de jogo e os bares que servem refeições baratas até ao esplendor da Cidade Proibida. Com um magnífico elenco de personagens, abrangendo toda a escala social dos mais humildes trabalhadores aos funcionários governamentais, a autora analisa as relações por vezes incómodas entre o brutal passado comunista da China de Mao e o seu presente cada vez mais na via do capitalismo."

Um livro que veio daqui

17 julho 2010

A CLÍNICA DA AMNÉSIA, James Scudamore


Romance, Difel
É uma história sobre amizade, tendo como personagens principais dois jovens de 15 anos com uma imaginação maior que eles. E isso acabará por lhes trazer problemas. E nem é preciso esconder que um deles vai morrer, o autor faz o favor de nos dizer logo no segundo parágrafo: "A 8 de Setembro de 1995, quando faltava menos de um ano para a morte do meu amigo Fabián…". É que ainda por cima ficamos logo a saber qual dos dois morre. A história é contada sempre do ponto de vista de Anti e o facto de sabermos o que vai acontecer corta quase todo o suspense - afinal temos de descobrir o "como". O que gostei neste livro foi o facto de se passar no Equador (e eu tenho um certo carinho pela América Latina), permitindo-me descobrir pormenores sobre este país que infelizmente (ainda, espero…) não conheço pessoalmente.

12 julho 2010

Antes de começar... (30)


Livro:
A Clínica da Amnésia
Autor: James Scudamore
Editora: Difel
Ano: Maio de 2007

"A Clínica da Amnésia é um romance extraordinário, poderoso, cuja acção decorre em Quito, no Equador. Anti, um pacato rapaz inglês, torna-se amigo de Fabián, um exuberante equatoriano que frequenta a mesma escola. Fabián é tudo o que Anti não é: bem-parecido, atlético, e popular. Como se isto não fosse bastante, mora com o Tio Suarez, um homem encantador e excêntrico, ao passo que Anti está confinado ao ambiente dos pais, o mundo enfadonho dos expatriados.
Suarez, um contador de histórias nato, contagia os rapazes com a sua paixão por contos oriundos de terras distantes, e não demora muito para que a relação entre eles se faça exclusivamente através do recurso aos métodos da efabulação.
Só um tema é tabu: os pais de Fabián. Mas quando começam a surgir pormenores relativos ao seu desaparecimento, Anti decide consolar o amigo com uma história que sugere poder a sua mãe estar num bizarro hospital da costa destinado a doentes que perderam a memória.
Dominados por emoções confusas e com a realidade a afrouxar o seu aperto, os dois rapazes embarcam numa viagem quixotesca ao longo de todo o Equador, em busca de uma «Clínica da Amnésia» que pode ou não existir..."

REVELAÇÃO, C.J. Sansom


Policial, Porto Editora
Seiscentas páginas depois... o que dizer além de "raios, que o livro é grande". Estamos diante de um policial que se passa centenas de anos antes de qualquer espécie de CSI. Corre o ano de 1543 e os crimes resolvem-se nas ruas, no inquirir das possíveis testemunhas e à lei da espada. Londres é um local mal-cheiroso e povoado de mendigos desdentados. É neste cenário que surge um (particularmente sádico) serial-killer, mais uma vez numa altura em que a palavra não queria dizer nada. Assim, para os intervenientes, estamos diante de um homem "possuído" pelo Diabo. O tema da religião está em todo o lado, numa verdadeira luta de poder com repercursões no reinado de Henrique VIII, a caminho precisamente do seu oitavo casamento. O livro é interessante por nos dar uma ideia da Londres daquela altura, mas o foque tão grande na religião acabou por não me conseguir prender. Além disso, o facto de Sharldlake "o corcunda mais perspicaz dos tribunais de Inglaterra" ser uma personagem de vários livros da série, significa que há histórias secundárias que não servem para nada para contar esta história, mas destinam-se aos fãs daqueles que já o conhecem.