09 março 2011

OS 33, Jonathan Franklin


Editora Objectiva
O mundo assistiu em directo ao resgate dos 33 mineiros e eu fui uma das que ficou acordada até às tantas da manhã para não perder pitada da operação. Para mim, a imagem mais marcante não é a chegada do primeiro mineiro à superfície. É a da chegada da Fénix pela primeira vez ao fundo da mina, levando um dos socorristas. Até aí, o Governo chileno não tinha mostrado nenhuma imagem do interior da mina e pensava que durante toda a noite iríamos ficar a olhar para um buraco no chão, à espera de os ver sair. O livro de Jonathan Franklin funciona como essa imagem, porque procura recriar a vida no interior da mina, para lá daquilo que fomos vendo ao longo dos 69 dias em que os mineiros estiveram presos. O jornalista, que fez a cobertura do resgate para os jornais The Guardian e The Washington Post, consegue também mostrar-nos como os psicólogos e médicos mantiveram estes homens unidos. O livro, que surge como uma espécie de diário do dia-a-dia da operação, só peca ao não mostrar mais um pouco de como era a vida no acampamento Esperança, onde estavam as famílias. E apesar de saber que o objectivo era escrever este relato rapidamente, penso que contem algumas repetições desnecessárias (nomeadamente sobre o background de alguns mineiros) e não nos mostra todos os 33 de igual forma.

Sem comentários:

Enviar um comentário