10 maio 2011

OS CRIMES DA RUA MORGUE, Edgar Allan Poe


Contos policiais, K4
Esqueçam o CSI e todos os programas do género. É para meninos. No século XIX só a lógica e o raciocínio conseguiam desvendar um crime. E com Os Crimes da Rua Morgue, Edgar Allan Poe mostra-nos essas capacidades elevadas ao cubo. Quem é que precisa de ADN e tretas do género se é o rei da capacidade de observação do local do crime, da entrevista de testemunhas e, acima de tudo, é dono de um raciocínio brilhante? Dizem que o detective Auguste Dupin é o percursor do Sherlock Holmes. A verdade é que em muitas ocasiões tive que reler as frases para me manter a par da cadeia de argumentos.
Este pequeno livro tem três contos, dos quais os dois primeiros envolvem este detective. O primeiro, que dá nome ao livro, é simplesmente genial - apesar de começar com um blablabla sobre a capacidade analítica que não é propriamente o mais cativante dos inícios. Por onde é que o assassino fugiu se o quarto está fechado por dentro e as janelas estão trancadas. Porque é que uma das vítimas está de pernas para o ar dentro da chaminé da lareira? Simplesmente brilhante. A segunda história é baseada num crime real e mediático. Segundo a nota no início do conto, Edgar Allan Poe (através de Dupin), terá conseguido explicar o crime antes mesmo da polícia o fazer, praticamente apenas através dos relatos dos jornais. A terceira história - que se prende com a forma como a percepção de uma aldeia pode ser manipulada para condenar sem julgamento uma pessoa - tem um final hilariante. A não perder para quem gosta do género policial.

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