24 junho 2011

SEM RUMO, Joshua Ferris


Romance, Casa das Letras
Imagine que, sem aviso prévio, perde o controlo do seu corpo. Em vez de estar à secretária a trabalhar, como era suposto, começa a andar, sem rumo. É isso que acontece a Tim, sem que os médicos consigam perceber o que se passa. Tim anda, anda e anda, independentemente de estar a nevar e ele estar apenas de T-shirt, e assim que pára, adormece em poucos segundos. Uma das cenas mais impressionantes é quando ele sente os dedos a separarem-se dos pés, dentro do sapato, depois de terem ficado congelados durante uma das caminhadas. Ele limita-se a pegar no dedo e deitá-lo no lixo. Arrepiante. O livro anda à volta desta estranha e única doença de Tim e das consequências para a família - a mulher já tem tudo a postos, mantendo uma mochila com tudo o que o marido possa precisar para entrar em contacto com ela quando finalmente as caminhadas acabam. É a luta entre saber o que está mal, a insistência de que não é algo psicológico, e o ter a noção, pouco a pouco, de que não há nada a fazer para reverter a situação.

Sem comentários:

Enviar um comentário