03 agosto 2011

MEIA-NOITE E DOIS, Stephen King


Terror, Bertrand Editora
Este livro tem duas histórias distintas e nem sei porque é que não são separadas (aliás, há um outro livro Meia-Noite e Quatro que contém as duas outras histórias que, na versão original, estavam junto a estas). Seria muito mais fácil de transportar na mala...
Comecemos pela primeira parte. É a história de um grupo de passageiros de um avião que, ao acordar, descobre que os restantes passageiros pura e simplesmente se evaporaram, deixando os seus objectos pessoais (incluindo próteses e coisas do género) para trás. Inicialmente fez-me lembrar o primeiro livro da série Left Behind, sobre o "rapture", o momento em que Jesus leva os seus verdadeiros crentes para o céu e todos os outros ficam na Terra a sofrer as consequências (o que uma pessoa lê...). Mas Stephen King não tem nada de religioso. Para animar mais as hostes, não só os passageiros têm que lidar com o facto de os outros terem desaparecidos, mas também com a existência de um verdadeiro louco entre os "sobreviventes". E isto sem saber quanto mais tempo serão "sobreviventes". Gostei do pormenor de entre os objectos que ficam esquecidos se encontrarem navalhas... vê-se mesmo que o livro é escrito antes do 11 de Setembro de 2001.
A segunda história lê-se numa constante ansiedade, porque sabemos claramente que aquilo não vai acabar bem. Um escritor à beira do divórcio recebe um dia a visita de um estranho que lhe diz que ele plagiou uma das suas histórias. Começa depois o desespero do escritor de provar que não é verdade, à medida que vai multiplicando as mentiras à sua volta e a morte se vai aproximando.
Gostei de ambas as histórias, mas pensei que teria aproveitado muito mais se não fosse o resumo feito pela editora. Revela muito na sinopse ao referir uma "fenda no tempo" e um "personagem psicopata". Teria sido muito mais surpreendente não saber estes pormenores.

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