27 março 2011

Antes de começar... (55)


Livro:
A Paixão de Jane Eyre
Autor: Charlotte Brontë
Editora: Publicações Europa-América
Ano: Março de 2011

"A Paixão de Jane Eyre, publicada pela primeira vez em 1847, atraiu de imediato a atenção do público da época e dividiu a crítica. Habituada às heroínas de Jane Austen, que pareciam conhecer exactamente o seu lugar no meio social, a sociedade britânica sentiu-se desconfortável com o personagem feminino criado por Charlotte Brontë: embora as acções de Jane observem o código convencional de comportamento feminino, deixam transparecer também uma poderosa declaração de independência das mulheres.
A Paixão de Jane Eyre é a história de uma órfã que vive com a sua desagradável tia e os seus nada atractivos primos. Mais tarde, colocada num asilo, Jane começa a desenvolver um espírito independente para a época e aprende que a melhor maneira de conservar o respeito próprio na adversidade é manter o autocontrolo. Esta aprendizagem servir-lhe-á para toda a vida e permitir-lhe-á repudiar noivos, ser auto-suficiente, mudar de identidade e encontrar um seu igual a nível intelectual e sexual."

26 março 2011

O DÉCIMO DOM, Jane Johnson


Romance, Editorial Presença
O primeiro impacto que tive quando comecei a ler este livro é que era muito palavroso, que cada substantivo tinha que ter um ou mais adjectivos e que isso era cansativo. Mas a pouco e pouco fui pondo de lado a questão do estilo, porque estava totalmente agarrada há história. Quando pensamos em escravatura, normalmente pensamos nos escravos que os portugueses e outros povos levaram de África. Não pensamos nos europeus que foram feitos escravos por outras nações, neste caso os muçulmanos de Salé, Marrocos. O livro conta precisamente a história de uma mulher da Cornualha, levada pelos piratas quando estava em plena missa de domingo, junto com dezenas de outras pessoas, em 1625. A história de Cat está entrecortada com a de Julia, a quem na actualidade foi oferecido um livro de bordados que contém também o diário de Cat. Ou seja, é difícil parar de ler, porque quando estamos entusiasmadas com a história de uma, começa outro capítulo com a história da outra. Um livro que sem dúvida recomendo, mas que teria sido muito melhor que não fossem as últimas quatro ou cinco páginas... não havia necessidade de se transformar numa história de fantasmas ou espíritos.

18 março 2011

Antes de começar... (54)


Livro:
O Décimo Dom
Autor: Jane Johnson
Editora: Editorial Presença
Ano: Dezembro 2010

"Num restaurante requintado de Londres, Julia Lovat recebe um presente de despedida do seu amante casado: um livro publicado em 1625, que é uma verdadeira relíquia sobre a arte de bordar jacobiana e que teria pertencido a uma jovem, Catherine Ann Tregenna. Desgostosa, Julia refugia-se na leitura do livro, mas depressa descobre que, nas margens do texto, estão anotadas as entradas do diário de «Cat», raptada por piratas muçulmanos, na costa da Cornualha, durante a celebração de uma missa, com mais sessenta homens, mulheres e crianças, para serem vendidos como escravos em Marrocos. Como se uma voz a chamasse à distância de séculos, Julia parte para o Norte de África na esperança de descobrir algo sobre aquele mistério. A narração das histórias das duas protagonistas desenvolve-se em paralelo ao longo do romance, movendo-se com elegância entre géneros literários distintos e retirando fascinantes efeitos do choque das duas civilizações tão diferentes."

17 março 2011

UMA RAPARIGA DOS ANOS 20, Sophie Kinsella


Romance, Livros d'Hoje
Um livro que consegue fazer-nos rir, mesmo quando estamos no meio dos transportes públicos, merece uma nota positiva. Não estamos a falar de uma obra prima da literatura, mas apenas umas horas bem passadas na companhia de um livro. O facto de uma das protagonistas estar viva e a outra estar morta dá azo a muitas confusões e são elas as responsáveis pelos momentos de humor. Mas, por outro lado, o livro também nos faz pensar na velhice, no pouco que conhecemos aqueles que nos rodeiam ou no facto de, por vezes, bastar um acontecimento para mudar o rumo da nossa vida (vá lá, eu sou uma romântica, não consigo deixar de acreditar). Dito isto, é hora de um puxão de orelhas à editora. "A sua nova empresa está em declínio, o seu melhor amigo e parceiro de negócios fugiu para Goa…" Oh meus amigos, então não houve ninguém que tivesse lido o livro e tivesse percebido que "o seu melhor amigo" é na realidade uma amiga? Eu sei que não é o fim do mundo, mas vá lá… erros destes não são aceitáveis. E já agora: qual é a mania de agora publicar só grandes calhamaços? É que retirando um bocadinho às margens do livro (estupidamente grandes), talvez se poupassem muitas árvores e dores de ombros para quem gosta de levar o livro para todo o lado (leia-se eu...).

10 março 2011

Antes de começar... (53)


Livro:
Uma Rapariga dos Anos 20
Autor: Sophie Kinsella
Editora: Livros d'Hoje
Ano: Fevereiro 2011

"Lara sempre teve uma imaginação muito fértil, mas agora, questiona-se se não estará a ficar louca. As raparigas normais de vinte anos simplesmente não vêem fantasmas! Inexplicavelmente, o espírito da sua tia-avó Sadie - sob a forma de uma rapariga ousada, exigente e dançarina de Charlestone - apareceu-lhe para fazer um último pedido: Lara deve encontrar um colar que se encontra desaparecido para que Sadie possa descansar em paz.
Lara já tem problemas que cheguem na sua vida. A sua nova empresa está em declínio, o seu melhor amigo e parceiro de negócios fugiu para Goa e acaba de ser abandonada pelo amor da sua vida.
Mas à medida que Lara passa tempo com Sadie, a vida torna-se mais fascinante e a caça ao tesouro transforma-se em algo intrigante e romântico. Poderia o fantasma de Sadie ser a resposta para os problemas de Lara? Poderiam duas raparigas de épocas diferentes aprender algo especial uma com a outra?"

09 março 2011

OS 33, Jonathan Franklin


Editora Objectiva
O mundo assistiu em directo ao resgate dos 33 mineiros e eu fui uma das que ficou acordada até às tantas da manhã para não perder pitada da operação. Para mim, a imagem mais marcante não é a chegada do primeiro mineiro à superfície. É a da chegada da Fénix pela primeira vez ao fundo da mina, levando um dos socorristas. Até aí, o Governo chileno não tinha mostrado nenhuma imagem do interior da mina e pensava que durante toda a noite iríamos ficar a olhar para um buraco no chão, à espera de os ver sair. O livro de Jonathan Franklin funciona como essa imagem, porque procura recriar a vida no interior da mina, para lá daquilo que fomos vendo ao longo dos 69 dias em que os mineiros estiveram presos. O jornalista, que fez a cobertura do resgate para os jornais The Guardian e The Washington Post, consegue também mostrar-nos como os psicólogos e médicos mantiveram estes homens unidos. O livro, que surge como uma espécie de diário do dia-a-dia da operação, só peca ao não mostrar mais um pouco de como era a vida no acampamento Esperança, onde estavam as famílias. E apesar de saber que o objectivo era escrever este relato rapidamente, penso que contem algumas repetições desnecessárias (nomeadamente sobre o background de alguns mineiros) e não nos mostra todos os 33 de igual forma.

01 março 2011

Antes de começar... (52)


Livro:
Os 33
Autor: Jonathan Franklin
Editora: Civilização
Ano: Fevereiro 2011

"A 12 de Outubro de 2010, o mundo tinha os olhos fixo numa mina de cobre remota no deserto de Atacama, no Chile. Os preparativos finais de um resgate audacioso estavam em marcha para pôr fim ao soterramento mais longo da história.
69 dias antes, 33 mineiros encontravam-se a meio de um turno de rotina, nas profundezas da mina de San José. Fizeram a pausa de almoço no minúsculo refúgio de segurança a 688 metros de profundidade. Dez minutos depois, ouviu-se um estrondo fortíssimo e um ribombar profundo. Nuvens de poeira e detritos rodearam os homens que asfixiavam. O desabamento durou cinco horas. Quando terminou, os homens descobriram que estavam soterrados sob toneladas de rocha.
17 dias depois do colapso, uma perfuradora conseguiu por fim chegar até aos homens que enviaram uma nota para a superfície: "Estamos todos bem no refúgio, os 33."
Baseando-se nas informações obtidas graças ao acesso exclusivo à equipa de resgate, e a dezenas de horas de entrevistas com os mineiros, Jonathan Franklin leva-nos até às profundezas da mina em colapso com os mineiros no seu interior e aos bastidores dos esforços de resgate para os trazer de volta à superfície.
Durante 17 dias, a esperança transformou-se em desespero e depois resignação à medida que os mineiros se preparavam para uma morte agonizante. Quando uma perfuradora finalmente chegou até eles, os homens ainda tinham sete semanas de espera pela frente até se encontrarem em liberdade. O que os homens viveram na escuridão claustrofóbica da mina, o modo como as famílias mantiveram a fé e a escala sem precedentes do resgate fazem desta uma história inesquecível sobre como a esperança venceu o medo, como o engenho triunfou sobre a adversidade e como os 33 homens soterrados e a equipa de resgate dedicada a salvá-los criaram um milagre no deserto."