Thriller, Editorial Presença
Um livro muito original, porque além das palavras tem os desenhos. Além de escritor, Jonathan Santlofer é um artista conceituado com obras expostas nos principais museus norte-americanos, tendo desenvolvido uma história em que pode mostrar a sua arte. Assim, o personagem principal, Nate Rodriguez, é um desenhador que trabalha para a polícia de Nova Iorque a fazer os retratos dos suspeitos dos crimes a partir do testemunho das vítimas (e que tem uma espécie de sexto sentido, além de muito talento para a coisa). Por outro lado, o assassino de serviço tem também a mania de deixar um desenho do crime ao lado das vítimas. Razões mais que suficientes para que o livro esteja cheio de imagens, se bem que se podem tornar repetitivas e é preciso mais controlo para não passar as páginas e tentar adivinhar a história só pelos desenhos.
A história em si está muito bem conseguida, apesar de não haver o suspense de descobrirmos quem é o assassino. Sabemos praticamente desde o início. O interessante é conhecer o seu desfecho. Achei muita piada o facto de Nate ser meio judeu e meio porto-riquenho, com uma avó altamente envolvida na santeria (a religião dos antigos escravos) e a forma como consegue ler as emoções das outras personagens através do rosto e dos gestos inconscientes que fazemos. Um livro fácil de ler, com capítulos curtos e uma história que nos leva a pensar "só mais um e depois paro". O problema é que não é fácil parar.